quinta-feira, 22 de setembro de 2011

barlavento - Jornal de Informação Regional do Algarve

barlavento - Jornal de Informação Regional do Algarve:

Tribuna Livre

Animais como nós

A consciencialização das populações sobre o que são animais, os seus direitos e necessidades, tem que evoluir.

Sempre existiram animais de rua, e as pessoas mais sensíveis, e mais conscientes, trata-nos e defendem-nos todos os dias das enormes atrocidades que estes seres são vítimas.

Infelizmente, ainda há pessoas que pensam que os animais só comem restos (ossos, espinhas, etc), e ainda há aqueles que nem pensam que os animais têm fome.

Tem-se travado uma luta desigual entre aqueles que os vêm como seres sencientes e aqueles que crêem que os animais, não sentem dor, fome, frio, como se os animais, em especial os mamíferos, não tivessem terminações nervosas, não tivessem cérebro ou estômago.

Cada vez mais, os animais domésticos (cão e gato), são utilizados a favor da sociedade civil, como guias para pessoas invisuais, como terapeutas para pessoas com cancro, autismo, depressão, entre outros, como forma de protecção das populações, consistindo ferramenta valiosa na manutenção da ordem, detecção de estupefacientes, explosivos, descoberta de cadáveres, busca e salvamento, e mais recentemente, como detectores de cancros ainda em estado primário, não detectáveis aos olhos da medicina, o que tem salvo imensas vidas.

Os animais são seres sencientes, ou seja, são seres vivos com capacidade de entendimento do que se passa ao seu redor. Senciência é a "capacidade de sofrer ou sentir prazer ou felicidade".

Um animal na vida de uma pessoa é fundamental para o desenvolvimento intelectual, emocional e social, sendo muitas vezes a única companhia para pessoas idosas, e o único elo com a sociedade por parte dos sem abrigo.

Custa-nos muito, haver ainda atentados criminosos contra estes seres. Em Portugal ainda não é crime os maus tratos a animais, e maus tratos compreende todo o tipo de violência possível e imaginável, desde esfaqueamentos, violações, queimaduras com ácidos, afogamentos, mutilações variadas, etc..

O trabalho das Associações Zoófilas não é reconhecido pela sociedade, o que é de lamentar pois são as mesmas associações, que vivem de voluntariado e da caridade, que todos os dias sofrem com estes abusos insanos por parte de membros desta sociedade.

Nos Estados Unidos da América, o FBI apresentou um estudo, como forma a encontrar ou determinar psicopatas ou serial killers, sendo que o mesmo refere que alguém que maltrata um animal, fará o mesmo a uma pessoa, alguém que mate um animal, matará uma pessoa, tudo porque o grau de violência nesse individuo, tende a escalar.

Por isso que não me espanta, hoje em dia, a perversidade dos crimes praticados em Portugal, a constatar pelo historial de abusos praticados a animais.
A sociedade civil, tem de evoluir neste campo, temos de proteger estes seres vivos, que sempre conviveram connosco, contra a discriminação e abusos.

Não entendo porque ainda há pessoas que pensam que não se deve alimentar um animal de rua, pois ao não o fazermos, estamos a contribuir para que estes, além de andarem subnutridos e doentes, possam atacar pessoas e outros animais, simplesmente porque têm fome.

Não posso aceitar de forma alguma, a discriminação que se faz, pois se alguma pessoa tiver fome, basta ir a um centro e é alimentada, se tiver dor, basta ir ao hospital, se for alvo de violência, chama-se as autoridades, ao invés dos animais, que são escorraçados dos restaurantes, que não têm quem os auxilie na violência nem na dor, à excepção se forem levados ou auxiliados por humanos.
E tudo isto faz-me lembrar o que um grande homem da nossa história escreveu:
"A grandeza de uma nação pode ser julgada pelo modo como os seus animais são tratados" - Mahatma Gandhi

21 de Setembro de 2011 | 12:45
marta correia


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