domingo, 17 de julho de 2011

Elas querem casacos de pele

Apesar da ruidosa campanha contra a crueldade com os animais, a criação de espécies como vison, raposa e coelho nunca foi tão bom negócio



WILSON GOTARDELLO FILHO, DE COPENHAGUE
O dinamarquês Torben Nielsen, presidente da Kopenhagen Fur, cooperativa de criadores de visons que reúne 1.500 fazendas, está com um sorriso no rosto. A cooperativa, que surgiu em 1930 e hoje é a maior casa de vendas de peles de vison do mundo, deve faturar 8 bilhões de coroas dinamarquesas neste ano (R$ 2,6 bilhões). Um recorde. Cerca de 55% das peles de vison vendidas no mundo, 19,8 milhões de unidades, foram negociadas nos cinco leilões anuais da cooperativa. O resto vem da Finlândia, Noruega, Suécia, Polônia, do Canadá e da Argentina. Os visons são os mais procurados, mas também há raposas, chinchilas e coelhos.
O sucesso da cooperativa vai na contramão do pensamento politicamente correto. ONGs que lutam pelos direitos dos animais fazem barulho, principalmente na indústria da moda, responsabilizada por sustentar o setor. Basta lembrar que em abril, no Brasil, após uma onda de protestos de consumidores nas redes sociais, a grife de calçados Arezzo tirou das lojas a coleção Pelemania, com pele de raposa. A campanha mais visível é da Peta, sigla em inglês para Pessoas pelo Tratamento Ético dos Animais, com mulheres seminuas condenando quem usa peles. Mas a repercussão das ações dos ativistas acaba encobrindo a realidade de crescimento do setor.
Em dois anos, a média dos preços das peles dobrou por causa da demanda crescente. Parte da explicação está na moda chinesa. Os chineses, segundo Nielsen, compram 90% da produção da Dinamarca. O resto vai para países da Europa Ocidental. O empresário chinês Johnson Law, de 61 anos, explica por que cruza o mundo cinco vezes ao ano para comprar peles na Dinamarca. “É o único lugar onde é possível encontrar quantidade e qualidade ao mesmo tempo”, diz. Law é um dos sócios da DSK Furs Ltd, uma joint venture com um grupo holandês que atua como produtor e também como representante comercial.
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